Dois homens foram presos na manhã desta segunda-feira (14) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após seis pessoas testarem positivo para HIV depois de fazer um transplate de órgãos. No total, quatro pessoas estão sendo investigadas na Operação Verum. As informações são do g1.
Um dos homens presos é Walter Vieira, sócio do PCS Lab Saleme, apontado pelo governo do Rio de Janeiro como responsável pelo erro que causou as infecções. O homem é médico ginecologista e responsável técnico do laboratório. Ele assinou um dos laudos com o falso negativo e é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP), que foi secretário de Saúde do Rio de Janeiro.
Outro homem, apontado como um dos responsáveis pelo laudo, também foi preso.
-Crime contra as relações de consumo;
-Associação criminosa;
-Falsidade ideológica;
-Falsificação de documento particular
-Infração sanitária
Em nota, os advogados que representam o laboratório PSC Lab Saleme informaram que os sócios da empresa “prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”. Veja a nota na íntegra:
“A defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça”. Já o deputado federal Dr. Luizinho (PP) disse, em nota enviada ao g1, que lamenta “veementemente o ocorrido, desejando ao fim das investigações punição exemplar para os responsáveis por esses gravíssimos casos de infecção”.
Confira a nota:
“Conheço o Laboratório Saleme há mais de 30 anos, dirigido pelo Dr Montano e posteriormente por seu Filho Dr Valter Viera (casado com a irmã da minha mãe, Ana Paula) e suas irmãs. Lamento veementemente o ocorrido, desejando ao fim das investigações punição exemplar para os responsáveis por esses gravíssimos casos de infecção.
Enquanto Secretário de Estado de Saúde , mantive a mesma equipe do Programa Estadual de Transplantes da gestão anterior e jamais participei da contratação deste ou de qualquer outro Laboratório.
É muito triste como um dos maiores defensores do Transplantes no País, cuja minha vida pública está marcada pela ampliação do número de transplantes no Estado, ver casos graves como esse! Espero punição aos responsáveis, independente de quem for.”
Sobre os pacientes:
Em nota, a Secretaria de Saúde reforçou que esta é uma situação sem precedentes. Todos os pacientes passaram por testes antes do procedimentos e os resultados foram negativos.
O primeiro caso foi notificado em 10 de setembro: o paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo. Demais pacientes também apresentaram sintomas e testaram positivos para o vírus.
O único paciente que testou negativo foi o receptor da córnea. O que recebeu o rim veio a óbito logo após a cirurgia, mas já apresentava quadro grave antes de entrar em contato com o vírus.
A Coordenadoria Estadual de Transplantes e a Vigilância Sanitária Estadual interditaram o laboratório, e o caso é investigado pela Delegacia do Consumidor (Decon) da Polícia Civil. A 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, do MPRJ, instaurou um inquérito civil para investigar as irregularidades noticiadas no programa de transplantes.
NSC