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Os planos da Coreia do Norte de reabrir para turismo após 5 anos

 

Coreia do Norte vai reabrir uma das suas cidades para turistas estrangeiros em dezembro, após quase cinco anos do fechamento de suas fronteiras devido à pandemia de covid-19, informaram operadoras de turismo.

Pelo menos duas operadoras com sede na China anunciaram que os turistas em breve vão poder visitar a cidade de Samjiyon, localizada em uma região montanhosa, no norte do país.

A reclusa Coreia do Norte se isolou no início da pandemia, em 2020, e começou a reduzir as restrições somente em meados do ano passado.

O fechamento das fronteiras também interrompeu as importações de bens essenciais, levando à escassez de alimentos que foi agravada por sanções internacionais em decorrência do programa nuclear do país.

“Até agora, apenas Samjiyon foi oficialmente confirmada, mas achamos que Pyongyang e outros lugares também vão reabrir!!!”, a KTG Tours, de Shenyang, escreveu em sua página do Facebook na quarta-feira (14/8).

Já a Koryo Tour, de Pequim, disse que os turistas poderiam “potencialmente” visitar outras partes da Coreia do Norte em dezembro.

“Após ter esperado mais de quatro anos para fazer este anúncio, a Koryo Tours está muito animada com a reabertura do turismo norte-coreano”, afirmou a operadora, também na quarta-feira, em seu site.

A Koryo Tours disse à BBC que as autoridades norte-coreanas estavam permitindo que turistas de qualquer país participassem das viagens, exceto da Coreia do Sul. No entanto, os EUA proíbem seus cidadãos de viajar para a Coreia do Norte.

Chad O’Carroll, CEO da consultoria Korea Risk Group, com sede nos EUA, levantou dúvidas em relação ao anúncio de reabertura.

“Vou acreditar quando vir isso”, disse ele à BBC.

“Por enquanto, estou bastante cético de que vamos ver qualquer movimento real em dezembro.”

Vista de  Samjiyon.

Samjiyon vem passando por um grande processo de revitalização nos últimos anos. Em julho, Kim Jong-un anunciou planos para reconstruir seu aeroporto, converter uma base militar em um resort de esqui e construir novas ferrovias e hotéis para turistas estrangeiros, de acordo com a mídia estatal.

Na época, Kim disse que os planos para “revitalizar o turismo internacional” seriam destinados a visitantes de nações “amigas”.

O’Carroll destacou, no entanto, que o projeto de reforma de Samjiyong não está pronto.

“Se for concluído a tempo, posso imaginar apenas turistas russos e possivelmente chineses visitando em números reais no início”, afirmou.

“A menos que [a República Democrática da Coreia] ofereça voos diretos de Samjiyon para um país de conexão neutro, como a Mongólia.”

Samjiyon está localizada aos pés da montanha mais alta da Coreia do Norte, o Monte Paektu, que fica na fronteira entre a China e a Coreia do Norte — e é conhecida por suas atrações de inverno.

A propaganda de Pyongyang diz que esta montanha é onde o fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, lutou contra as forças de ocupação japonesas — e lançou a revolução. Ele é o avô do atual líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Também alega que o Monte Paektu é onde Kim Jong Il, antecessor e pai de Kim Jong Un, nasceu.

A KCNA, agência estatal de notícias da Coreia do Norte, informou em julho que a região do Monte Paektu-Samjiyon foi concebida para ser uma “área turística montanhosa nas quatro estações, para atender às necessidades culturais e emocionais das pessoas no mais alto nível e revitalizar o turismo internacional”.

No início deste ano, a Coreia do Norte permitiu que turistas russos entrassem no país, em meio ao fortalecimento dos laços entre os dois países.

Só em agosto do ano passado que a Coreia do Norte permitiu o retorno de cidadãos que foram impedidos de entrar por causa dos controles de fronteira, um dos últimos países a fazer isso.

bbcnews.com

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