Em pronunciamento nesta terça-feira (22), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) destacou a sessão de debates sobre a descriminalização das drogas promovida no Plenário do Senado na semana passada. O parlamentar enfatizou que os convidados foram unânimes contra a liberação do porte de drogas para consumo próprio. O tema volta à pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana e já conta com quatro votos a favor da descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Girão relacionou o uso de entorpecentes à violência e mencionou crimes recentes.
— A médica Thallita Fernandes, de apenas 28 anos, foi brutalmente esfaqueada enquanto dormia por seu namorado, que confessou ter tido um lapso de memória após o uso de cocaína e ecstasy no dia do crime. […] No o assassinato de quatro crianças dentro da Creche Cantinho do Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina, em abril, o inquérito policial concluiu que o assassino era viciado em drogas e, em virtude disso, tinha tido alucinações naquela véspera, naquele dia trágico, que foram confirmadas num depoimento, em prantos, da sua própria mãe.
O senador voltou a defender a prerrogativa dos parlamentares de decidir sobre a descriminalização das drogas e acusou o STF de “atentar contra a independência dos três Poderes da República, pois invade ostensivamente a competência exclusiva do Poder Legislativo de legislar”.
— Nesse assunto especificamente, o Congresso Nacional tem atuado positivamente, em sintonia total com a vontade da grande maioria da população brasileira, eu diria mais de 80% — disse, citando o percentual de brasileiros que, segundo ele, seriam contra a legalização das drogas.
Girão ainda fez um convite para que sejam conferidas as declarações dos participantes do debate promovido no Senado porque elas, de acordo com o senador, representariam a opinião geral, também demonstrada nas pesquisas de vários institutos, acrescentou.
— Eu recomendo a quem está nos assistindo, ouvindo-nos, que assistam o depoimento dos especialistas (não digo nem dos cientistas) que aqui estiveram, do Brasil inteiro. O depoimento da Dona Célia, que hoje dedica a sua vida com compaixão, com gratidão, para resgatar outros jovens, já que o filho dela foi tragado para as drogas, é emocionante.