A Divisão De Investigação Criminal (DIC) de Chapecó concluiu inquérito policial que tratou de apurar, inicialmente, crime de extorsão. Durante a investigação, foram identificados membros do grupo criminoso e outras vítimas.
A extorsão
Inicialmente, o inquérito visou apurar uma extorsão que vitimou um homem de 36 anos morador de Chapecó. Ele manteve conversas com uma suposta “jovem” nas redes sociais, em dezembro de 2020. Após alguns dias, outra pessoa manteve contato com a vítima dizendo-se “delegado de polícia”, acusando a vítima de ter mantido conversas íntimas com uma adolescente e exigindo, por isso, o pagamento em dinheiro para que o homem vítima não fosse investigado por “pedofilia”.
A vítima não cedeu às exigências e bloqueou todos os contatos, não sendo mais importunada. A investigação promovida pela DIC identificou os reais autores das mensagens. A suposta “jovem”, na verdade, tratava-se de uma mulher de 20 anos, moradora de Chapecó, enquanto que o suposto “delegado de polícia” se tratava de um homem de 36 anos, que estava preso no Estado do Rio Grande do Sul.
A associação criminosa voltada à prática de extorsões
A evolução da investigação demonstrou que este homem de 36 anos, já condenado por outros delitos, vinha praticando seguidos crimes de extorsão com o auxílio da referida mulher, que também é sua sobrinha, e com outros condenados que coabitavam a mesma cela dele. Mesmo realizando buscas nas celas do estabelecimento penitenciário, foi possível identificar apenas um outro preso envolvido, de 38 anos.
Apurou-se que os presos cometiam, do interior da penitenciária, diversos golpes criminosos semelhantes, sendo que dividiam as funções, ora fingindo-se “delegado de polícia”, ora “genitor da jovem adolescente”, ora “advogado da família”, tudo de forma dissimulada. A investigação também identificou vítimas de outras cidades dos estados de Santa Catarina, Amazonas, Bahia e São Paulo, cujas Polícias Civis serão informadas para que apurem cada um desses crimes.
A corrupção de menor
Além dos diversos crimes de extorsão e associação criminosa que o homem de 36 anos responderá com os dois outros indivíduos, a ele ainda foi atribuída a prática do crime de tentativa de corrupção de menor, tendo em vista que convidou uma outra sobrinha sua, de apenas 16 anos, para participar dos golpes, o que não foi aceito por ela.
A cada delito de extorsão, os investigados poderão ser condenados a penas que variam de 4 a 10 anos, além de multa. Já para a associação criminosa, a pena pode variar de 1 a 3 anos. Por fim, o crime de corrupção de menor tentado prevê pena que varia entre 4 meses e 2 anos. O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, para prosseguimento da persecução penal.
Destaque-se que a investigação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais da Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Departamento de Segurança e Execução Penal do Rio Grande do Sul.