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O agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, preso na terça-feira (19/11) suspeito de estar envolvido no plano para matar o presidente Lula em 2022, já respondeu por homicídio de um policial militar em 2005.

O caso aconteceu durante uma operação da PF que cumpria mandado de busca, apreensão e prisão do policial militar Evaldo Soares Lopes Junior, acusado de chefiar um grupo de extermínio na cidade de Itaboraí (RJ).

Segundo informações do processo, ao qual a coluna teve acesso, Wladimir e outros três policiais federais disparam contra Evaldo pelo menos seis vezes. O PM morreu na hora, no fundo de sua residência.

Policial foi absolvido

Os quatro agentes da PF, no entanto, foram absolvidos do caso ao argumentarem legítima defesa. Eles disseram que foram recebidos pelo PM com tiros e que um dos agentes federais chegou a ficar ferido após o ataque de Evaldo.

Em 2018, após o Ministério Público Federal (MPF) apresentar recurso para que a absolvição fosse revista, o Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2) reforçou a tese de que os policiais atiraram para se proteger.

“Não obstante, os denunciados confirmam os disparos que levaram a morte de Evaldo, mas rechaçam por completo o animus necandi, alegando que agiram em legítima defesa, haja vista que Evaldo resistiu à prisão, atirou contra eles minutos antes”, diz um trecho do relatório do TRF-2.

A Justiça Federal do Rio de Janeiro negou o recurso do MPF e argumentou que o laudo pericial feito após a morte comprovou que os agentes da PF não tinham intenção de matar o PM:

“O laudo pericial realizado pelo Hospital Central do Exército é no sentido de não ter havido execução, e sim resistência à força tarefa policial, o que justifica a excludente de ilicitude, por legítima defesa própria”, diz outro trecho do documento.

O recurso do MPF

Para o MPF, contudo, Wladimir e outros agentes da PF agiram com “suposto excesso durante diligência policial” e a vítima, Evaldo, estava em total desvantagem diante do confronto contra o policiais federais.

O Ministério Público Federal diz ainda que há “indícios de atuação com o semblante de vingança institucional” e que a vítima foi atingida com tiros “acima da linha da cintura e na cabeça”, sendo o último deles na cabeça.

Vaquinha para advogados

Como a coluna noticiou, a mulher de Wladimir Soares, a também policial federal Vanessa Isac de Oliveira Monteiro, abriu uma “vaquinha” online para ajudar a pagar a defesa do marido no caso do plano contra Lula.

Na vaquinha, Vanessa pede “apoio de todos os amigos com qualquer valor”. Ela diz que a família não teria muitas informações sobre o caso e que, por isso, terá custos altos com advogados.

Até o começo da manhã desta quarta-feira (20/11), a vaquinha online já tinha arrecado R$ 9.700,00. Vanessa diz que sua meta é arrecadar pelo menos R$ 100 mil.

 

Metrópoles

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