O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, figura conhecida nas redes sociais com mais de 400 mil seguidores no Instagram e quase 140 mil inscritos no YouTube, está entre os 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) no contexto de uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
A operação que resultou em seu indiciamento envolve uma série de ex-ministros, ex-assessores, generais e políticos próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O religioso é acusado de envolvimento em crimes como abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.
José Eduardo é pároco da Paróquia São Domingos, localizada no bairro de Osasco, em São Paulo, e tem ganhado notoriedade nas redes sociais por suas pregações religiosas. Além de publicar vídeos de sua atuação na paróquia, ele também compartilha comentários de teor religioso em sua conta no X (antigo Twitter). Embora sua atuação seja majoritariamente voltada para temas religiosos, o padre tem se envolvido em polêmicas políticas, com uma forte presença nas plataformas digitais.
O nome do padre já havia sido mencionado em uma operação da PF realizada em fevereiro de 2024, quando ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Na ocasião, José Eduardo foi investigado por supostas tentativas de instigar um golpe de Estado. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que destacou o papel do religioso como integrante do “núcleo jurídico” de um grupo golpista em sua decisão.
Em sua defesa, o padre alegou que não entregou as senhas de suas redes sociais nem do celular apreendido pelos policiais, afirmando que como sacerdote, ele possui um compromisso de confidencialidade com seus fiéis, que incluem autoridades e figuras públicas.
“Eu não posso expor meus fiéis. Estou resguardado pela lei brasileira e por acordos internacionais. Como sacerdote, o sigilo não pode ser violado”, justificou José Eduardo nas redes sociais na época.
Até o momento, o padre não se manifestou sobre o indiciamento mais recente, o que mantém o caso envolto em mistério. As investigações continuam, e ele segue sendo uma figura controversa tanto no cenário religioso quanto político, devido aos vínculos e declarações que tem feito nas redes sociais.
Este caso ressalta a crescente fusão entre o campo religioso e o político no Brasil, com líderes religiosos como José Eduardo de Oliveira e Silva ganhando influência significativa na esfera pública e sendo citados em investigações de maior repercussão.