HPV E O CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
Você já parou para pensar que o maior causador do câncer de colo de útero é um vírus? Sim, e a forma de contágio é através do ato sexual desprotegido, havendo maior risco para pessoas com múltiplos parceiros. O Papiloma vírus humano (HPV) é a principal causa do câncer de colo uterino, sendo conhecido hoje em dia mais de 100 subtipos do vírus, alguns com potencial de causar câncer (16,18) e outros que são os famosos condilomas as verrugas genitais (6,11). Dados epidemiológicos apontam números assustadores de pessoas portadoras do HPV, sendo maior a prevalência em adultos jovens em até 50% dos casos. A boa notícia vem de que existe uma alta chance de clareamento viral pelo sistema imunológico, ou seja, que o próprio portador do vírus pode eliminar ele, sem que sofra agressão.
Após o contato com o vírus através da relação sexual a pessoa se torna portador, e é capaz de transmitir a doença através de seus fluidos e secreções. As chances dessa transmissão aumentam se o mesmo tiver alguma lesão em área genital, por isso é recomendado a utilização de preservativos. O paciente portador do vírus na maioria dos casos é assintomático, ou seja, não sabe que possui a doença, em especial homens que continuam com a disseminação do vírus, já as mulheres são mais afetadas pelas manifestações, por isso recomenda-se que se realize exames preventivos.
Sabe-se que o vírus pode demorar de 8 a 10 anos para chegar em um estagio mais avançado de invasão e virar câncer. E o fato pelo qual as mulheres ainda podem desenvolver o câncer de colo útero, é explicado pela falta de prevenção, ou mesmo dizendo pela falta de cuidados com seu próprio corpo por não usar preservativos e logo a não realização do exame Papanicolau. Fazer o rastreamento para o câncer de colo de útero não tem custo e ele está disponível em todas as unidades de saúde, onde é feito a colpocitologia oncótica, o famoso Papanicolau, que tem por objetivo a detecção do vírus precocemente e assim um possível tratamento. Este exame é indicado para mulheres a partir dos 25 anos de idade com vida sexual ativa, sendo recomendado que os dois primeiros exames sejam feitos anualmente e a partir disso a cada três anos, se não houver nenhuma alteração.
O Papanicolau é um exame simples geralmente realizado pela enfermeira da unidade de saúde. Antes da realização do mesmo haverá uma preparação por parte da paciente, que deve evitar relação sexual por cerca de 72 horas antes. O exame consiste na introdução de um especulo, que permite a visualização do colo do útero e a coleta das células dispostas neste local. Após o exame relatando presença de algum tipo de lesão, ainda na unidade básica, as pacientes serão orientadas a seguir uma conduta médica com um ginecologista, aonde vai ser realizado procedimentos cabíveis para uma regressão da lesão, tendo em vista que a biopsia através da coleta de um fragmento do colo do útero é o diagnostico definitivo.
A boa notícia vem de que a lesão causada pelo HPV tem grandes chances de ser tratada e curada, em até 80 a 90% dos casos, sem causar prejuízos as mulheres, mas isso somente ocorre nas formas precoces da doença.
Além do uso de preservativos como a camisinha, a vacina contra o HPV é um dos métodos preventivos mais eficazes, a vacina é feita gratuitamente nas unidades básicas de saúde, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. São aplicadas duas doses com um tempo de seis meses de diferença entre a primeira e a segunda dose, a vacina protege contra os subtipos 6,11,16 e 18.
*Artigo desenvolvido pela aluna Milena Hammerich, formanda do curso Técnico em Enfermagem na Mais Cursos.
Foto: Côrtes Villela/Divulgação