Os três estados do Sul estão juntos para fortalecer a cadeia produtiva do leite. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul querem preparar o setor para ganhar o mercado internacional, trazendo mais renda e reduzindo os custos de produção. Este é um dos objetivos da Aliança Láctea Sul Brasileira, que, a partir desta terça-feira (09), volta a ser coordenada pelos catarinenses.
“A Secretaria da Agricultura dará todo o suporte para que a Aliança Láctea continue sendo protagonista nas discussões para o fortalecimento do setor leiteiro na região Sul. Temos certeza do potencial de crescimento do setor produtivo, principalmente, das oportunidades no mercado internacional. Santa Catarina já trilhou esse caminho com a produção de suínos e aves, agora chegou a hora de o leite se tornar mais uma estrela do nosso agronegócio”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.
A Aliança Láctea, que estava sob coordenação do Paraná, será agora liderada por Santa Catarina na figura do ex-secretário de Estado da Agricultura e doutor em Economia dos Recursos Naturais pela University of Queensland (na Austrália), Airton Spies. Segundo ele, os produtores de leite têm grandes oportunidades e desafios pela frente, principalmente, para equilibrar oferta e demanda. “No Brasil há uma sazonalidade da produção, no verão acontece um aumento gradativo da produção e há também uma queda no consumo. Isso cria uma tendência de baixa nos preços pagos aos produtores e uma dificuldade para a indústria vender seus produtos. É o que está acontecendo agora, quando a cadeia produtiva vive um momento extremamente difícil por conta desse desequilíbrio entre excesso de oferta e a queda na demanda”, explica.
As exportações podem ser a saída perfeita para trazer mais competitivdade ao setor produtivo, equilibrar os preços e dar previsibilidade aos produtores. De acordo com o novo coordenador da Aliança Láctea, Airton Spies, a conquista do mercado internacional diminuiria, inclusive, as importações de leite e possibilitaria um aumento significativo da produção local. “Para isso precisamos melhorar a eficiência da cadeia produtiva, precisamos produzir leite com alta qualidade a um custo competitivo e com a organização logística mais eficiente. Estamos trabalhando para, um dia, exportarmos manteiga, leite em pó e queijos para o mundo, como já fazemos com o nosso frango e suínos. Com isso criaremos mais renda e mais empregos na nossa economia, principalmente para as famílias rurais, já que a produção de leite é majoritariamente feita pela agricultura familiar”.
Aliança Láctea Sul Brasileira
Formada pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Aliança Láctea foi criada para discutir os desafios e oportunidades comuns entre o setor produtivo do leite nos três estados. O fórum atua em cinco eixos de trabalho: assistência técnica e geração de tecnologia para aumentar a produção e a produtividade; sanidade animal; qualidade do leite; organização do setor e redução de assimetrias tributárias para que não haja competição desleal no mercado.