O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou os fatos que, segundo o Hamas, causaram a morte de mais de cem pessoas, nesta quinta-feira, durante uma distribuição de ajuda alimentar em Gaza. “Não sabemos exatamente o que aconteceu. Mas se estas pessoas morreram por fogo israelense, se foram esmagadas por multidões ou atropeladas por caminhões, são atos de violência, de certo modo, vinculados a este conflito”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral, António Guterres, detalhando que não houve presença da ONU nesta distribuição de ajuda.
“Os civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente, incluídos os que estão sob cerco no norte, onde a ONU não tem podido fornecer ajuda há mais de uma semana”, ressaltou, reiterando o pedido de Guterres por um cessar-fogo. O secretário-geral da ONU também está “consternado pelo trágico balanço de perdas humanas no conflito em Gaza, que já deixou mais de 30.000 mortos e 70.000 feridos”, disse seu porta-voz. “Tragicamente, uma quantidade desconhecida de pessoas está sob os escombros”, acrescentou.
O ataque desta quinta-feira fez com que o Conselho de Segurança da ONU convocasse uma reunião de emergência a portas fechadas. O encontrou foi marcado para as às 16h15, horário de Nova York (18h15 em Brasília). A Argeélia que solicitou o encotro, segundo uma fonte diplomática. O ataque na Faixa de Gaza, a qual Israel e Hamas trocam acusações sobre a responsabilidade, deixou mais de 100 mortos e 760 feridos. O Exercito israelense se manifetsou sobre o ocorrido e informou que os tiros foram disprados depois que os soldados se sentiram “ameaçados”, mas negaram a responsabilidade pelas mortes.
Eles informaram que várias pessoas morreram pisoteadas “em meio a empurrões e pisoteios”, depois de cercarem os caminhões com ajuda humanitária e iniciarem os saques. O governo de Gaza, por sua vez, tem uma visão diferente do ocorrido. “O ataque foi premeditado e intencional, no contexto do genocídio e da limpeza étnica do povo da Faixa de Gaza. O Exército de ocupação sabia que estas vítimas tinham vindo para esta área para obter alimentos e ajuda, mas matou-as a sangue frio”, denunciou o governo de Gaza em comunicado.
Fonte: Jovem Pan.
Imagem: EFE/EPA/JUSTIN LANE.