Fotos: Divulgação / Casan
Com trabalhos em plena execução para ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgotos Insular, em Florianópolis, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) prossegue o monitoramento e manejo de ninhos para garantir a proteção de aves no canteiro de obras.
O trabalho integrado ao Programa de Supervisão Ambiental é direcionado à conservação da chamada fauna sinantrópica, formada por espécies que são bem adaptadas às áreas urbanas e se beneficiam da interação com humanos para obtenção de vantagens como abrigo e acesso aalimentos.
A primavera, que vai até 21 de dezembro, é especialmente importante para esse trabalho, pois é o período de reprodução de muitas destas aves, como a curruíra (Troglodytes musculus), o Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) e o Quero-quero (Vanellus chilensis).
As aves sinantrópicas utilizam as estruturas e construções da ETE para formar seus ninhos protegidos da ação de predadores, do vento e da chuva. O monitoramento desses abrigos é executado diariamente. Os ninhos encontrados são avaliados e, caso não tenham ovos, são realocados por uma equipe de biólogos do programa de supervisão ambiental do empreendimento para uma área protegida próxima ao local original.
“A realocação dos ninhos evita que a obra interfira no ciclo de vida desses animais. Os ninhos são colocados em áreas protegidas para que o mesmo casal ou outras espécies possam reaproveitá-los”, explica a bióloga Myrna Hornke, que atua como supervisora ambiental das obras. Quando são encontrados ninhos com ovos, a estrutura é isolada para proteção durante todo o período de desenvolvimento dos filhotes. No caso de ninhos instalados sobre o solo, como os da espécie Quero-Quero, por exemplo, também é realizado o isolamento da área e acompanhamento durante todo o período de incubação.
O programa de supervisão ambiental é uma ferramenta utilizada para reduzir os impactos causados pela instalação do empreendimento por meio do acompanhamento das obras e implementação de outras medidas de controle aprovadas pelo IMA (Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina). São também executadas atividades de educação ambiental com os trabalhadores para conscientizá-los sobre a interação e cuidados com a fauna nos canteiros de obra.
As obras na ETE Insular vão aumentar a capacidade de depuração da Estação em quase três vezes em relação à capacidade atual, com vazão máxima prevista para 612L/s. A ETE Insular também terá uma tecnologia avançada para o tratamento terciário do efluente, que vai garantir a eliminação de nutrientes poluidores específicos e grau de pureza maior do efluente tratado. As obras de ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário Insular têm investimento de R$194 milhões, com recursos já garantidos junto à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
Com a ampliação e modernização dessa unidade a Casan vai expandir a infraestrutura sanitária para novas regiões do centro da Capital e Bacia do Itacorubi. A previsão para conclusão das obras é 2025.
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