Com o pedágio eletrônico mais próximo de se tornar realidade no país, a modernidade nos meios de pagamento no trânsito virou assunto. O destaque são as tags de pedágio, que é o meio de pagamento mais recomendado para os motoristas, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam).
Uma estimativa da organização revelou que número de tags ativas poderá alcançar 20 milhões em dois ou três anos, o que representa um aumento de aproximadamente 67% em relação aos 12 milhões de veículos que já utilizam a tecnologia no Brasil. Santa Catarina não fica para trás: com vias automáticas instaladas em todas as praças de pedágio no Estado, a Arteris Litoral Sul informa que a modalidade representa 74% das transações em relação ao fluxo na rodovia.
Quanto à instalação dos pedágios eletrônicos, também conhecidos como “free flow“, a concessionária, que administra rodovias no Estado, informa que está acompanhando as deliberações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para o estabelecimento de regras de pedágio eletrônico nas rodovias federais, estaduais e municipais.
— A concessionária está se estruturando para atender às novas normas que tratam do tema — informa o órgão.
Para a Arteris, a modernização na forma de pagamento no trânsito é necessária. Eles citam o exemplo da Cabine Autônoma, ou cabines de autoatendimento, que estão presentes em todas as praças da BR-101 desde agosto.
— Essa modalidade permite que o usuário de veículos leves realize transações rápidas via cartão de débito por aproximação. A opção para o pagamento da tarifa reduz o tempo de transação, promovendo maior autonomia ao usuário na hora do pagamento — diz a concessionária.
A modalidade corresponde a 9% das transações realizadas com pagamento de cartão de débito em Santa Catarina.
Tags são o meio de pagamento mais recomendado, diz Abepam
A tag funciona da seguinte forma: o dispositivo eletrônico de pedágio, fixado no para-brisa do veículo, atua como um cartão de crédito para o pagamento de pedágios. Ao passar pelo portão, a tag é lida e o valor é debitado automaticamente da conta do motorista.
As tags de pagamento automático têm se mostrado a opção mais recomendada para os motoristas, de acordo com a Abepam. Além de oferecer praticidade e conveniência, elas garantem que o pagamento seja realizado de forma automática, sem a necessidade de uma ação proativa do motorista para fazer o pagamento da tarifa depois do trajeto percorrido. O conceito do free flow é, justamente, dar mais fluidez ao trajeto dos motoristas.
— As tags são essenciais para o avanço do free flow no Brasil. Seja em rodovias com praças convencionais ou que já contam com a tecnologia, elas se mostram como uma solução prática e eficiente ao setor e, principalmente, aos motoristas, reduzindo o tempo de viagem, oferecendo descontos em tarifas, diminuindo o gasto com combustíveis e proporcionando uma experiência de viagem mais segura, fluida e descomplicada — pontua André Turquetto, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam) e CEO da Veloe.
Atualmente, as tags concedem descontos automáticos de 5% por meio do Desconto Básico de Tarifa (DBT) em 27 rodovias federais e 58 estaduais, e descontos progressivos que podem superar os 90% em 24 praças federais e 55 pontos estaduais, por meio do Desconto de Usuário Frequente (DUF). Além do pagamento do pedágio, as tags são aceitas em estabelecimentos como estacionamentos, drive-thrus, postos de combustíveis, entre outros.
Cenário de implantação do free flow no Brasil
O pedágio eletrônico está mais próximo de se tornar realidade no Brasil após o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovar as novas regras do free flow, no início do mês de outubro. A tecnologia é uma maneira de cobrar o pedágio sem que haja a necessidade de cabines de atendimento ou até mesmo a adoção de uma tag por parte do motorista.
Com o free flow, o motorista não precisa diminuir a velocidade para que a leitura dos dados do veículo seja feita. Outra diferença é a possibilidade de cobrança do pedágio por trecho trafegado, ou seja, a possibilidade de identificar em qual ponto o carro entrou na rodovia e onde saiu.
O formato de pedágio eletrônico já é usado em mais de 20 países, como Noruega, Portugal, Estados Unidos, Itália, China e também no Chile, um dos primeiros da América Latina a adotar o sistema nas rodovias.
O avanço do free flow no Brasil é um passo importante rumo a um sistema de transporte mais moderno e eficiente, diz a Abepam. Com a previsão de expansão para diversas rodovias nos próximos anos, a expectativa é que essa tecnologia se torne cada vez mais comum no país.
Atualmente, o sistema free flow está em operação nas seguintes rodovias:
- RJ: Rio-Santos (BR-101), com pórticos em Paraty (Km 538), Mangaratiba (Km 447) e Itaguaí (Km 414). Concessionária CCR RioSP;
- RS: ERS-122, com pórticos em Farroupilha (Km 45,5), São Sebastião do Caí (Km 4,6), Antônio Prado (Km 108,2) e Ipê (Km 122); ERS-240, com pórtico em Capela Santa (Km 30,1) e ERS-446, com pórtico em Carlos Barbosa (Km 6,5). Concessionária CSG;
- MG: MG-459, com pórtico em Monte Sião (Km 12,7). Concessionária EPR Sul de Minas;
- SP: SP-333 (Rodovia Carlos Tonani, Nemésio Cadetti, Laurentino Mascari), com pórtico em Itápolis (Km 179), sentido leste. Concessionária EcoNoroeste.
Em breve, o sistema free flow estará disponível também nas seguintes rodovias, conforme um levantamento da Abepam:
- SP: SP-099 (Rodovia dos Tamoios), no trecho do Contorno de São Sebastião. Operação prevista para novembro. Concessionária Tamoios;
- SP: SP-333 (Rodovia Carlos Tonani, Nemésio Cadetti, Laurentino Mascari) com pórtico em Jaboticabal (Km 110), sentido oeste. Operação prevista para novembro. Concessionária EcoNoroeste;
- SP: BR-116 (Rodovia Presidente Dutra), no trecho de Guarulhos. Operação prevista para o 1º trimestre de 2025. Concessionária CCR RioSP.
Agora, o pedágio eletrônico foi liberado para vias urbanas e rurais, incluídas as estradas e rodovias federais, estaduais, distritais e municipais, em todo o território nacional.