Derivada da Psicologia Positiva, que teve origem formal por meio das ideias do americano Martin Seligman, em 1998, a Psicoterapia Positiva é uma abordagem que se concentra no cultivo das boas emoções, nas qualidades individuais e nas atitudes que dão certo.
“Ela se baseia na ideia de que focar nos aspectos positivos da vida pode promover o crescimento pessoal e ajudar na resolução de problemas. Em vez de se concentrar apenas em sintomas e patologias, essa abordagem busca fortalecer os recursos internos das pessoas para que elas possam enfrentar os desafios de forma mais eficaz”, esclarece Nathalie Gudayol, psicóloga, neuropsicóloga e pós-graduanda em Neurociência.
Técnicas utilizadas
Conforme explica Nathalie Gudayol, a psicoterapia positiva utiliza as seguintes técnicas:
Gratidão: por meio de diários de gratidão e reflexões diárias, pratica o reconhecimento e a apreciação da vida;
Mindfulness: por meio de técnicas de meditação e atenção plena, desenvolve a consciência do momento presente;
Visualização criativa: imagina cenários positivos e promove sentimentos de esperança e otimismo;
Identificação e uso de forças pessoais: descobre e utiliza as forças individuais para lidar com desafios e alcançar metas;
Definição de objetivos positivos: estabelece metas que promovem o crescimento pessoal, o engajamento e a satisfação na vida;
Cultivo de emoções positivas: pratica atividades que aumentem a alegria, o amor, a gratidão e a esperança;
Construção de relacionamentos positivos: foca no fortalecimento e na promoção de relacionamentos saudáveis e significativos.
Benefícios da psicoterapia positiva
Além de trazer uma maior sensação de felicidade e satisfação com a vida, a psicoterapia positiva também oferece outros inúmeros benefícios. De acordo com Santiago Gomes, psicólogo clínico e especialista em Comportamento Humano, essa abordagem ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade e a melhorar os relacionamentos interpessoais.
Ademais, a psicóloga Nathalie Gudayol comenta que o modelo terapêutico positivo aumenta a resiliência, isto é, a capacidade de enfrentar desafios e adversidades, facilita o desenvolvimento pessoal e melhora a qualidade de vida de forma geral.
Para quem é indicada a abordagem positiva?
Segundo Santiago Gomes, a psicoterapia positiva é recomendada “para qualquer pessoa que deseja melhorar o bem-estar psicológico e desenvolver habilidades para lidar com os desafios da vida de forma eficaz”.
Contudo, Ronan Mairesse, psicólogo e especialista em Psicologia Positiva e Desenvolvimento Humano, reforça que, para pacientes que sofrem com problemas emocionais e psicopatológicos mais graves, a psicoterapia positiva deve ser acompanhada de outras abordagens terapêuticas.
Duração do tratamento
A duração de um tratamento com a abordagem positiva pode variar conforme as necessidades do paciente e a gravidade dos problemas enfrentados. “Algumas pessoas podem encontrar benefícios significativos em apenas algumas sessões, enquanto outras podem se beneficiar de um tratamento mais longo e contínuo”, comenta Nathalie Gudayol.
Psicoterapia positiva e uso de medicamentos
A psicoterapia positiva não está ligada diretamente ao uso de remédios. No entanto, em alguns casos, o tratamento farmacológico pode ser algo complementar quando recomendado por um médico. “A integração de intervenções positivas, de psicoterapia convencional e o uso de medicamentos pode potencializar os resultados de cura ou controle dos sintomas do paciente”, detalha Ronan Mairesse.
Além disso, Rosângela Casseano, psicóloga e CEO da PsicoPass, ressalta que o uso de remédios somente poderá ser feito após a prescrição de um psiquiatra, que deverá trabalhar em colaboração com o terapeuta.
Diferenças entre a psicoterapia positiva e as demais abordagens
O principal fator que diferencia a psicoterapia positiva dos outros modelos, segundo Viviane Aires de Aguirre, psicóloga, neuropsicóloga e docente na FAMESP, é a premissa da positividade. “Geralmente, as abordagens terapêuticas partem do que precisa ser melhorado e acabam perdendo o foco naquilo que o paciente já apresenta de bom”, acrescenta.
Além disso, Rosângela Casseano comenta que as demais diferenças se concentram nos objetivos terapêuticos. “Enquanto outras terapias podem se concentrar principalmente na redução dos sintomas ou na resolução dos problemas, a psicoterapia positiva busca promover um estado de florescimento pessoal”, finaliza.
Fonte: Jovem Pan.
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