Na última sexta-feira, dia 5 de julho, a Comissão processante que investigou a conduta de duas servidoras públicas da área da saúde de Cordilheira Alta – que foram acusadas de terem negado atendimento a uma criança – deu o veredicto de inocência às envolvidas.
O caso aconteceu em janeiro de 2019, quando um homem gravou um vídeo na porta do posto de saúde, reclamando do não atendimento de seu filho, que supostamente havia sido picado por uma aranha.
No vídeo, que foi amplamente compartilhado e comentado nas redes sociais, o homem afirma que a unidade básica de saúde estaria sem pacientes, e que os profissionais da UBS teriam recusado atendimento. Em seguida o pai levou o filho até o Hospital da cidade de Coronel Freitas, onde o atendimento foi realizado.
Dentre as principais evidências analisadas pela comissão que inocentou médica e servidora estão: análise das câmeras de segurança da UBS de Cordilheira Alta, análise do prontuário de registros de atendimento, oitiva de cinco testemunhas, interrogatório com as acusadas.
Provas estas que levaram às conclusões: Após a picada, os pais levaram mais de 12 horas para procurar um médico.
De acordo com a câmera de segurança apenas a mãe entrou com a criança na Unidade de Saúde, onde permaneceram por mais aproximadamente 17 minutos. Logo que chegou ao local, a criança foi imediatamente atendida na sala de triagem. Em seguida, mãe e filho foram levados à sala de espera.
O pai da criança entra na unidade de saúde cinco minutos mais tarde e após 8 minutos começa a gravar o vídeo denúncia. Imediatamente após terminar a gravação os pais saem da unidade de saúde, levando o paciente consigo.
Segundo evidências, também ficou provado de que a UBS não estava vazia no momento do vídeo, já que haviam outros pacientes em atendimento.
A triagem feita na chegada do paciente à unidade identificou que não era caso de urgência e emergência – inclusive nas imagens dos vídeos a criança aparece tranquila e sorridente.
O médico que atendeu a criança no Hospital de Coronel Freitas também afirmou em depoimento que o caso não era de urgência e emergência e, ainda, que sequer ficou comprovada a picada de aranha
O pai da criança confessou no depoimento não ter ouvido da médica da UBS de Cordilheira Alta que a criança não seria atendida. A mãe afirmou não ter tido contato com a médica, e portanto, também confirmou não ter ouvido a negativa de atendimento.
Quanto ao fato de uma das acusadas haver chaveado a porta do consultório médico no momento em que ocorria a gravação do vídeo da denúncia, tal ato ocorreu por reação reflexa de defesa, já que o pai estava emocionalmente alterado.
Também foi ressaltado que o atendimento dos pacientes é composto por acolhimento, triagem e consulta médica. A criança havia sido acolhida e triada, restando apenas aguardar pela consulta médica. Alguns minutos após a triagem, os pais da criança evadiram-se da UBS de Cordilheira Alta, levando o paciente consigo. Assim, a opção por não aguardar pela consulta médica partiu de seus genitores.
Sendo assim, a Comissão Processante, por decisão unanime de seus membros, concluiu pela inocência das acusadas.