Um grande susto. Assim pode ser resumida a situação pela qual uma moradora de Blumenau, no Vale do Itajaí, passou na noite desta quarta-feira (4) após ser picada por uma aranha armadeira que estava em um vaso de planta dentro da sua casa.
A mulher prefere não se identificar, mas contou ao Portal ND+ que após ser picada ligou para a CIATox/SC (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina).
“Eu liguei para a CIATox imediatamente e eles me auxiliaram. Depois eu fui no Corpo de Bombeiros e levei a aranha junto. Eles me atenderam, conferiram meus batimentos cardíacos, viram que estava tudo certo e orientaram para que qualquer sintoma que eu tivesse era para ir ao hospital”, relatou.
Ela ainda disse que o trabalho desenvolvido pela CIATox é extremamente importante. “Quando uma coisa dessas acontece ninguém sabe o que fazer, mas é só ligar para eles e mandar a foto do bicho que eles auxiliam super bem, um atendimento muito bom, eles estão de parabéns”, elogiou.
A moradora passa bem e contou que além do susto, teve como sintomas apenas dor no local em que a aranha picou.
Orientações
O Capitão Fillipi Pamplona, Comandante da 1ª Companhia do Corpo de Bombeiros de Blumenau, passou algumas orientações para casos como esses. De acordo com ele, a primeira coisa a se fazer após ser picado é identificar o animal para poder repassar informações a um órgão de emergência.
“A maneira mais fácil é tirando uma boa foto com o celular. Não é necessário capturar e muito menos matar o animal. Vale a ressalva de que se a aranha atacou, foi por se sentir ameaçada. Não faz parte do comportamento desses animais simplesmente atacar um ser humano, até porque eles sabem que são menores e provavelmente vão acabar morrendo num confronto. Então não há porque matar o bichinho”, destaca.
O segundo passo é lavar bem o local do ferimento com água corrente e sabão. Em seguida, ligar para CIATox/SC (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina), no telefone 0800-643-5252, assim como fez a moradora de Blumenau.
Pamplona explica que o atendimento da CIATox/SC acontece 24 horas e é realizado por uma equipe de profissionais de saúde que analisa casos de intoxicação e envenenamento. “Por isso, tirar uma foto do animal é importante, pois eles pedem para encaminhar a imagem por Whatsapp, realizam a identificação do animal e indicam se é caso de ir ou não ao pronto-atendimento”, afirma.
Ele ainda destaca que se o caso necessitar de apoio médico e a vítima estiver longe de um hospital, a orientação é ligar 193 imediatamente, que os Bombeiros Militares vão realizar o transporte com prioridade.
E o que não fazer?
O Bombeiro afirma que assim que ocorre a picada, o veneno da aranha peçonhenta passa a circular pelo corpo. Portanto, jamais se deve fazer um torniquete, pois ele não impede a circulação do veneno e ainda aumenta a chance de necrose no membro.
“Da mesma forma, fazer cortes e furos para drenar o veneno ou tentar sugar com a boca também são ineficazes. Passar paste de dentes, pó de café e outras soluções caseiras pode até piorar o caso. E pomadas só devem ser aplicadas se indicadas por um profissional de saúde”, informa Pamplona.
Sintomas
As aranhas peçonhentas mais comuns na região são a aranha marrom e a armadeira e, conforme o Capitão dos Bombeiros, a picada da aranha marrom causa dor e queimação após algumas horas e um ferimento ao redor da picada, que pode ser apenas uma bolha ou até mesmo evoluir para necrose.
“Além disso, pode causar dor de cabeça, mal estar, febre, náuseas, irritabilidade, entre outros. No caso da armadeira, uma picada pode causar dor leve a intensa e sudorese ao redor da picada, além de taquicardia, visão turva, vômitos, agitação, hipertensão, entre outros. Importante salientar que a picada da armadeira não causa necrose”, explica.
Outras recomendações
Utilizar uma luva de proteção ao manusear objetos que ficam parados por muito tempo, como pedras, caixas e entulho;
Manter o terreno sempre limpo e com a grama cortada também reduz a chance de o mato servir como abrigo para os animais;
Manter a cama afastada da parede, impedindo que o lençol toque o chão e evitar pendurar roupas fora de armários;
Sempre checar o interior de roupas e sapatos antes de vestir;
Em locais próximos de regiões de mata, é interessante fechar portas e janelas à noite, considerando o hábito noturno desses animais.
Fonte: ND+