Por Bruna Binda, estagiária de jornalismo
Início de setembro… As crianças comemoram.
Mas é o mês do dia das crianças? Não. É o mês de falar de civismo e demonstrar o amor à Pátria. Atos Cívicos no pátio da escola…
Homenagens e ensaios para o desfile. Não pode faltar o Hino Nacional… As crianças adoram.
Mas, calma! Não é somente isso.
Estou vendo alunos de todas as escolas se deslocarem para a praça.
Cada dia são escolas diferentes. Elas são intercaladas. No início da manhã e no início da tarde, não importa. Vai ser assim até dia 7.
Que lindo! Todos os estudantes em um coro cantando, saudando o país. E a gente? Os adultos, onde estão? Vejo autoridades do município, professores, coordenadores e diretores da escola. Seria patriotismo ou apenas por obrigação?
Cantem mais alto alunos! Para todos escutarem!
Mostrem o orgulho de serem brasileiros independentemente da situação do país.
Começou a chegar mais gente. Os pedestres nas ruas se emocionaram e pararam para cantar o hino. Comerciantes começaram a sair das lojas para participar da hora cívica.
Que orgulho desses estudantes! Encorajando as pessoas da cidade a cantar e espalhar o amor.
Pátria amada Brasil!
O hino acabou, os estudantes voltam para suas escolas para se preparar para o desfile que está chegando. Ensaiando apresentações que homenageiam e também geram questionamentos.
Uma música do Renato Russo foi escolhida pelos alunos para indagar, para representar isto. “Que país é esse?” Eles gritam, eles enfatizam.
Por trás de todas essas festividades, sabemos que existe um Brasil que, infelizmente, não é mil maravilhas. Um país perigoso, com corrupção e desigualdade social.
Reconhecer isso não é zombar da Pátria, não é deixar de ser patriota.
Muito pelo contrário, entender isto é não se calar, é criar coragem para lutar e organizar o país para amá-lo ainda mais.
Dia 7 está chegando. Dia de rugir os tambores, de marchar… Dia de acompanhar o desfile…Dia de homenagear a Pátria… Dia de gritar “eu sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor”.
Vai ser lindo! Vai ser emocionante!
Que este costume não se perca e que o amor a Pátria e ao próximo seja maior do que divergências políticas de Estado.
Foto: Gilnei Silvério