Durante o segundo dia de julgamento, o advogado de defesa do autor do ataque na creche em Saudades, no Oeste catarinense, manteve o argumento de que o réu cometeu o crime porque foi manipulado por amigos da internet e que sofre com doenças psiquiátricas.
Os trabalhos iniciaram por volta das 9 horas desta quinta-feira, dia 10, com as argumentações dos representantes do Ministério Público que atuam na acusação.
Foram momentos de grande comoção entre os presentes. Uma equipe de enfermeiras e psicólogas do município de Saudades acompanham integralmente o júri, prestando assistência às vítimas e familiares. O Corpo de Bombeiros também disponibilizou equipe e ambulância.
Depois de uma hora e meia, o advogado de defesa usou o mesmo tempo. Em seguida, foi determinado intervalo para almoço. À tarde iniciou com réplica e tréplica, da acusação e defesa, respectivamente.
“A pior dor do mundo é a de uma mãe perder um filho. Nada pode ser mais cruel, mais terrível. Resta a toda comunidade de Saudades a esperança da justiça. Façamos justiça!”, mencionou o promotor.
O réu exerceu o direito de não estar em plenário durante a fala da acusação.
Na sequência será feita a votação pelos jurados e a leitura da sentença, o que deve se estender até a noite.
Durante a explanação do promotor de Justiça, Bruno Poerschke Vieira, o plenário foi tomado pelo som da voz do jurista e pelo choro dos familiares, amigos e demais presentes. Servidores, policiais, socorristas e outros envolvidos profissionalmente no julgamento também não conseguiram conter as lágrimas.
Vieira apresentou o relatório gerado a partir do que foi encontrado no computador do réu. São 98 páginas detalhando as pesquisas que ele realizou. As buscas eram sobre fabricação de bombas, acusados por ataques em escolas, compra de arma de fogo e assuntos que demonstravam ódio por crianças e mulheres.
Houve o relato do crime e dos ferimentos causados. A apresentação foi encerrada com um emocionante vídeo feito a partir de fotos das vítimas fatais, reluzindo felicidade em suas curtas vidas.
De acordo com a acusação, a dificuldade de adquirir a arma de fogo, mudou o alvo dois meses antes de praticar o crime. O acusado entrou na escola com um livro para disfarçar a intenção.
Fonte: Oeste Mais